O presidente da Associação Empresarial de Caçador (ACIC), doutor Jovelci Gomes, volta a se posicionar após o apagão que deixou o município de Caçador por quatro dias no escuro, criticando a postura do Governo do Estado em esquecer da região Meio Oeste quando o assunto é infraestrutura energética e rodovias. O presidente também falou dos trabalhos para que a água chegasse até as residências durante este período.
Para Jovelci, a queda de energia e as 95 horas em que Caçador permaneceu às escuras, foi um ato doloroso para todos os cidadãos, envolvendo também municípios vizinhos. “É algo preocupante, porque tivemos prejuízos materiais para todos, mas também tivemos o prejuízo mental, emocional, que nos faz continuar perguntando até quando nossa região vai amargar estes problemas sem que uma solução definitiva seja tomada. Já são anos em que debatemos essa questão da energia elétrica para Caçador, por ser um final de linha. E como eu já disse em outra oportunidade, estamos no século 21, e não podemos admitir que toda uma região fique sem energia por tanto tempo, sem um plano de emergência”.
O presidente da ACIC classifica como caótica a situação pela qual todos os cidadãos passaram com o apagão, mas observa também pontos positivos e elogia a conduta da BRK Ambiental, concessionária responsável pelas operações de água e esgotamento sanitário em Caçador. “A BRK trouxe geradores e manteve as bombas em funcionamento para que não faltasse água para os moradores de Caçador. Isso é um ponto positivo e parabenizo a empresa pela conduta”.
Sobre os fatos, doutor Jovelci reforça que a Associação Empresarial já acionou seu corpo jurídico para que seja feito um levantamento dos prejuízos causados aos associados, entre micro, pequenas, médias e grandes empresas. “Não importa se é uma empresa com três mil funcionários ou com um funcionário. Estamos avaliando tudo. Essa conta vai longe e a Celesc terá a obrigação de vir a Caçador, entrar em contato com nossas autoridades e classe empresarial, para chegarmos a um consenso urgente e resolvermos esta situação. E também para que nada ocorra de novo neste formato, porque até o momento o que foi feito nas torres foi um remendo. E quero também parabenizar estes trabalhadores que estiveram em Campos Novos, para um trabalho de risco, e fizeram muito bem”.
A energia e as rodovias
O presidente da ACIC declara que além de acionar o Ministério Público diante dos fatos e resultados negativos ocasionados pela falta de energia, a Associação Empresarial de Caçador também possui a preocupação com a imagem do município e região por conta do ocorrido e pela falta de investimentos do Governo do Estado na infraestrutura de uma forma geral, principalmente em se tratando das rodovias.
“Como iremos trazer mais empresas para Caçador? Como vamos incentivar mais o crescimento do nosso parque fabril? Se nós não temos segurança quanto ao fornecimento de energia e também quanto as nossas rodovias estaduais. De Caçador em direção a BR-116 ou BR-153 e até mesmo em direção a Porto União, são trechos intransitáveis. Em qualquer uma dessas rodovias o cidadão sai de Caçador mas não sabe se chega ao seu destino, devido ao perigo das estradas. Não existe terceira pista, trechos com a mata invadindo, buracos a todo momento. Nossas rodovias são uma vergonha e o Governo do Estado está fazendo vista grossa para nossa região. Pagamos nossos impostos rigorosamente em dia, temos um alto PIB dentro de Santa Catarina, e o que estamos pedindo é um mínimo de atenção. É chegado o momento do governador vir até Caçador e junto com nossas lideranças colocar um ponto final nessa precariedade”, define Jovelci Gomes.