Na última semana, o Aeroporto regional Carlos Alberto da Costa Neves de Caçador recebeu aeronaves diferentes, que aguardavam órgãos para serem levados para diferentes regiões do Estado e do Brasil. A localização do Aeroporto e a estrutura para receber aeronaves de diferentes portes é um grande diferencial que permite ações para salvar vidas. Além da estrutura do Hospital Maice que é referência na região para captações de órgãos. Em 2024, foram realizadas quatro captações, que podem ter ajudado até 17 pessoas.
A irmã Elizabeth Lima diretora do hospital, explica que os profissionais de saúde atuam como multiplicadores através da Comissão da Captação, com informações junto à sociedade e familiares. “É realizado um trabalho especial para esclarecer todas as dúvidas e assim, fortalecer essa grande mobilização sobre o ato de doar órgãos”, explica.
De acordo com informações do Governo de SC, a logística de transporte após a retirada dos órgãos é uma das etapas mais importantes, pois quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a estrutura devido ao potencial de utilização dos órgãos.
O Governo do Estado tem à disposição aeronaves da Polícia Militar e Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), táxi aéreo e voos comerciais, de acordo com a disponibilidade no momento.
Todo o processo movimenta dezenas de pessoas e dura, em média, entre oito e 12 horas, com exceção de órgãos como o coração e o pulmão, que precisam ser transplantados rapidamente, não podendo ultrapassar o tempo de quatro horas.

Santa Catarina é referência no país
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Santa Catarina possui uma das maiores taxas de doação – superior a 40 por milhão de população (pmp) – no primeiro semestre de 2023, contrastando com a taxa nacional em 19 pmp. A não autorização das famílias no Estado é de 31%, enquanto que a média nacional está em 49%.
De janeiro a agosto de 2023, a SC Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), registrou 469 notificações de potenciais doadores. Desses, 208 foram doadores efetivos, equivalente ao índice de 41 por milhão de população (pmp) no território catarinense, nos casos de morte encefálica. No mesmo período foram realizados 1.137 transplantes.
Referência em taxas de doação de órgãos no Brasil e na América Latina, Santa Catarina chegou a este patamar por meio de capacitações constantes e desempenho excepcional das equipes das Comissões Hospitalares de Transplantes.